Este mês voltamos a ver o planeta Júpiter. O maior planeta do Sistema Solar, no seu trajeto anual aparente no céu, passou em frente ao Sol entre o fim de maio e o início de junho, mas agora que cruzou “para o outro lado” da nossa estrela, começa a reaparecer no céu, ao amanhecer. No início do mês é ainda difícil de o ver, mas mais para o fim de junho, já se afastou o suficiente do Sol para se ver antes do amanhecer.
No dia 6, escusam de perder tempo à procura da Lua, pois esta está em lua nova. Só uns dias depois é que, já a crescer, começa a ser visível no final da tarde. No dia 14, atinge a fase de quarto crescente.
Dia 20, às 21h50, ocorre o solstício (de verão no hemisfério Norte). Este é o dia em que o Sol nasce mais à esquerda do ponto cardeal Este (cerca de 32 graus) e põe-se mais à direita do ponto cardeal Oeste (cerca de 32 graus). Por isso, é também o dia em que a nossa estrela na sua passagem a Sul, ao meio-dia, vai estar mais alto no céu, e passa mais tempo acima do horizonte de todo o ano.
Este é por isso o dia mais longo do ano: Na cidade da Covilhã, por exemplo, o Sol nasce às 06h01 e põe-se às 21h03, ficando 15 horas e 02 minutos acima do horizonte. Mas este não é o dia mais quente do ano, porque apesar de ser o dia em que o nosso hemisfério recebe mais energia do Sol, devido à inércia térmica da Terra as temperaturas continuam a subir durante mais algumas semanas.
Dia 22 é dia de lua cheia e dia 27 a Lua passa a cerca de 6 graus do planeta Saturno. No dia seguinte atinge a fase de quarto minguante.
Na madrugada do dia 29 a nossa Lua estará mais ou menos a meio caminho entre os planetas Marte e Saturno pelo que, a partir das 04h45 da manhã, poderemos ver 4 objetos do Sistema Solar a formar uma enorme linha reta no céu. De cima para baixo e de Este para Sudeste estarão Júpiter, Marte, Lua e Saturno.
Com os 3 planetas é possível termos uma ideia do plano do nosso Sistema Solar – a Eclíptica. A órbita dos planetas está, grosso modo, no mesmo plano, isto é, os planetas orbitam o Sol como se estivessem na superfície de um prato. Esse plano do Sistema Solar pode ser projetado no nosso céu, formando uma linha sobre a qual os planetas parecem mover-se – a Eclíptica.
A linha da Eclíptica representa também o trajeto anual aparente do Sol, no céu, que cruza 13 constelações, 12 das quais são conhecidas por constelações do Zodíaco (a 13ª é Ophiucus, o Serpentário).
A Lua não orbita o nosso planeta no plano da Eclíptica, mas a sua órbita mensal leva-a a cruzar frequentemente o plano do Sistema Solar. Se a órbita da Lua não tivesse esta inclinação em relação à Eclíptica, então todos os meses, na lua cheia teríamos um eclipse da Lua, e na lua nova teríamos um eclipse do Sol.
Boas observações.
Ricardo Cardoso Reis (Planetário do Porto e Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço)